A constipação intestinal, mais comumente conhecida como prisão de ventre, é um distúrbio funcional bastante frequente nos dias atuais. Pode variar desde a sensação de evacuação incompleta até a ausência de evacuações por alguns dias e, em casos mais graves, até semanas.

Pode ser classificada em aguda quando dura menos de seis meses e crônica quando sua duração é superior a esse limite. Quanto às causas, pode ser dividida em primária, em sua maioria associada a algum distúrbio da motilidade, e secundária, quando é possível identificar alguma doença ou medicação associada à alteração.

A constipação primária, ou seja, sem cauda definida específica é a mais prevalente e, muitas vezes, de difícil caracterização, por tratar-se de uma alteração subjetiva (um sintoma). Atualmente, existem critérios clínicos para a definição da constipação, mas ainda assim sua aceitabilidade é limitada.

Sabe-se que a constipação é mais frequente em mulheres e idosos e, embora não seja uma doença, afeta a qualidade de vida. A ausência de atividade física e baixa ingestão de fibras e água na dieta são fatores muito importantes envolvidos na etiologia dessa alteração e são a base para qualquer tratamento eficaz, o que torna o envolvimento do paciente em seu tratamento muito importante, já que depende dele o comprometimento com a melhora dos hábitos alimentares e mudança dos hábitos de vida. Na ausência de causas secundárias para a dificuldade evacuatória (como por exemplo alguns medicamentos – antidepressivos, suplementos de cálcio - ou doenças que afetam a motilidade intestinal – diabetes, neoplasias), o consumo adequado de fibras (pelo menos 20 gramas ao dia) e água (no mínimo 2 litros ao dia), associado à atividade física regular contribuem de forma determinante e eficaz para melhora do quadro. Simplesmente com a mudança desses pequenos hábitos obtém-se resultados surpreendentes.

A importância da dificuldade evacuatória não está somente nos sintomas indesejados que acarreta, mas também nas consequências que ela traz. Diversas doenças proctológicas estão associadas ao esforço evacuatório, tais como hemorroidas e fissuras anais juntamente com todos os desconfortos e inconvenientes associados. Uma dieta equilibrada, rica em vegetais, folhas e água juntamente com atividade física frequente são as medidas básicas e mais importantes para garantir boas condições de saúde e evitar os problemas proctológicos mais comuns que prejudicam tantas pessoas e levam tantos pacientes a cirurgias que poderiam ter sido evitadas.

Pessoas com qualquer alteração do hábito intestinal devem procurar ajuda especializada para diagnóstico correto e auxílio adequado ao seu caso. A automedicação é extremamente prejudicial e pode piorar casos que seriam facilmente tratados caso tivessem recebido ajuda adequada desde o início dos sintomas. Por isso, na presença de qualquer desconforto, a melhor medida é procurar o especialista que poderá orientar o tratamento adequado e evitar danos graves e talvez irreversíveis.