A tuberculose é uma infecção persistente causada pelo Mycobacterium Tuberculosis, que afecta diversos órgãos, mas particularmente os pulmões.
Um feto pode contrair tuberculose através da sua mãe antes de nascer, ao respirar ou ao engolir líquido amniótico infectado antes ou durante o seu nascimento, ou, depois de nascer, ao respirar ar com microgotas infectadas. Cerca de metade dos filhos de mães infectadas pela tuberculose activa desenvolvem a doença durante o primeiro ano de vida se não receberem tratamento com antibióticos ou se não forem vacinados.
Sintomas e Diagnóstico
Os sintomas de tuberculose no recém-nascido incluem febre, sonolência e dificuldades respiratórias. Podem aparecer outros sintomas, dependendo de a infecção estar espalhada ou não. O fígado e o baço podem aumentar de volume, já que estes órgãos filtram as bactérias da tuberculose, o que causa a activação dos glóbulos brancos nestes territórios. O bebê pode crescer muito pouco e não aumentar de peso (falta de progressão no desenvolvimento).
Às grávidas faz-se sistematicamente uma prova cutânea para detectar a presença de tuberculose (prova de tuberculina). Se se observa uma reacção positiva, deve realizar-se uma radiografia do torax.
As crianças de mães com prova positiva de tuberculina também são submetidas a esta análise. No entanto, algumas crianças têm falsos resultados negativos. Se se desconfia de uma tuberculose, enviam-se ao laboratório amostras de líquido cefalorraquidiano e do estômago para cultura. Uma radiografia do tórax costuma mostrar se os pulmões estão infectados. Pode ser necessário realizar uma biopsia do fígado, de algum gânglio linfático ou dos pulmões e da membrana que os envolve (pleura) para confirmar o diagnóstico.
Prevenção e Tratamento
Se uma grávida apresenta uma prova de tuberculina positiva, mas não tem sintomas e a radiografia do tórax é normal, deve tomar o fármaco isoniacida por via oral, já que habitualmente é o único tratamento necessário para curar a doença. No entanto, para começar este tratamento costuma esperar-se até ao último trimestre da gravidez ou até depois do parto, porque o risco de lesão hepática por este fármaco na mulher é mais elevado durante a gravidez.
Se uma mulher grávida tem sintomas de tuberculose, administram-se-lhe os antibióticos isoniacida, pirazinamida e rifampina. Se se suspeitar de uma variedade de tuberculose resistente, podem administrar-se outros fármacos adicionais. Aparentemente, nenhum destes fármacos prejudica o feto. A mãe infectada é isolada do seu bebê até que deixa de ser contagiosa. O bebê recebe isoniacida como medida preventiva.
O recém-nascido também pode ser vacinado com a vacina BCG. Esta não previne necessariamente a doença, mas, em geral, reduz a sua gravidade. Como a vacina BCG não é 100 % eficaz, em alguns países não se aplica de forma sistemática nem às crianças nem aos adultos. Uma vez que a pessoa tenha sido vacinada, sempre lhe darão positivas as provas da tuberculose, pelo que não se poderá detectar uma nova infecção. No entanto, apesar disso, em muitos países com um alto índice de tuberculose aplica-se a vacina BCG de forma sistemática.
Um bebê com tuberculose recebe tratamento com os antibióticos isoniacida, rifampicina e pirazinamida. Se o cérebro também é afectado, podem administrar-se-lhe corticosteróides ao mesmo tempo.