DOENÇAS
Récem-Nascidos e Lactantes: Meningite

A meningite é uma inflamação das membranas que envolvem o cérebro como consequência de uma infecção bacteriana.

A meningite afecta 2 de cada 10 000 recém-nascidos no termo e com peso normal e 2 de cada 1000 recém-nascidos com baixo peso. Os rapazes são afectados mais frequentemente do que as meninas. Na maioria dos casos, a meningite de um recém-nascido é uma complicação da sepse (a infecção do sangue estende-se até ao cérebro).

Sintomas e Diagnóstico

Os sintomas da meningite consistem em febre ou temperatura corporal anormalmente baixa, dificuldades respiratórias, icterícia, sonolência, convulsões, vómitos e irritabilidade. Em aproximadamente 25 % dos recém-nascidos afectados, a maior pressão do líquido à volta do cérebro pode fazer com que as fontanelas (as partes moles localizadas entre os ossos do crânio) se avolumem ou se notem tensas ao tacto. Em aproximadamente 15 % dos casos, o pescoço do bebê pode estar rígido devido à dor que lhe provoca o mover a cabeça. Os nervos que controlam alguns movimentos oculares e faciais podem ficar lesados, fazendo com que um olho se desvie para dentro ou para fora ou que a expressão facial se deforme (não seja simétrica).

É possível que se acumule pus (abcessos) dentro do cérebro do bebê. À medida que estes crescem aumenta a pressão sobre o cérebro, o que produz vómitos, dilatação da cabeça e abaulamento das fontanelas. Um repentino agravamento destes sintomas indica o rompimento de um abcesso dentro do espaço que rodeia o cérebro, o qual faz com que a infecção se estenda.

O médico diagnostica meningite bacteriana examinando uma amostra de líquido cefalorraquidiano (da medula espinhal) e enviando-a ao laboratório para cultura. Essa amostra obtém-se por punção através da coluna vertebral (punção lombar). Pode realizar-se uma ecografia ou então uma tomografia axial computadorizada (TAC) para determinar se existe um abcesso responsável pela meningite.

Prognóstico e Tratamento

Aplicam-se grandes doses de antibióticos por via endovenosa para eliminar o mais cedo possível as bactérias do líquido cefalorraquidiano. O médico escolhe o antibiótico em função do tipo de bactérias que causam a meningite, o qual se determina mediante as provas de laboratório.

Inclusive com os tratamentos modernos, 30 % dos bebês afectados pela meningite bacteriana morrem. Quando se produz um abcesso cerebral, o índice de mortalidade aproxima-se dos 75 %. Dos bebês que sobrevivem, de 20 % a 50 % apresentam lesões cerebrais e dos nervos, com um aumento dos ventrículos (hidrocefalia), surdez e atraso mental.