DOENÇAS
Récem-Nascidos e Lactantes: Desenvolvimento Físico e Intelectual

O desenvolvimento físico de um bebê depende de factores hereditários, nutricionais e do ambiente e pode também estar influenciado pela presença de anomalias físicas e psicológicas. O crescimento óptimo requer uma nutrição e uma saúde excelentes.

O Primeiro Ano de Vida do Bebê: Desenvolvimento Físico

O peso do bebê e a sua altura são controlados em cada visita ao médico, para se certificar de que o crescimento é proporcional e equilibrado. As percentagens constituem um parâmetro de comparação de bebês da mesma idade. Um bebê na percentagem 10 de peso significa que 10 % dos bebês pesam menos e 90 % pesam mais. Um bebê na percentagem 90 significa que 90 % dos bebês pesam menos e que 10 % pesam mais. Um bebê na percentagem 50 quer dizer que metade dos bebês pesam menos e a outra metade mais.
Mais importante que a percentagem num determinado momento é a constatação de uma alteração significativa na percentagem do bebê entre as várias consultas ao médico.

A altura do bebê aumenta aproximadamente 30 % até aos cinco meses e mais de 50 % por volta do ano. O peso que teve ao nascer duplica aos cinco meses e triplica ao ano.

Os órgãos crescem em proporções diferentes. Por exemplo, o sistema reprodutor tem uma breve aceleração de crescimento logo após o nascimento, mas depois sofre mudanças muito subtis até imediatamente antes da puberdade. Por outro lado, o cérebro cresce quase exclusivamente durante os primeiros anos de vida. No momento do nascimento, o cérebro tem a quarta parte do volume que terá quando for adulto. Ao ano, o cérebro alcança três quartas partes do volume correspondente ao do adulto. Pelo fim do primeiro ano, os rins funcionam como num adulto.

Os dentes frontais inferiores aparecem entre o quinto e o nono mês. Os dentes frontais superiores começam a aparecer entre os oito e os doze meses.

O desenvolvimento do comportamento e do intelecto varia consideravelmente de uma criança para outra. Alguns bebês desenvolvem-se mais rapidamente que outros, embora dentro de uma família possa haver características típicas, como caminhar ou falar mais tarde do que o habitual. Factores ambientais, como uma falta de estímulo suficiente, ou físicos, como a surdez, podem atrasar o desenvolvimento normal. Embora o desenvolvimento de uma criança custume ser contínuo, podem existir pausas temporárias numa função em particular, como na capacidade de falar.

Ao princípio, o recém-nascido dorme quase todo o tempo. O bebê pode comer, tossir quando as suas vias respiratórias se obstruem e responder com choro a qualquer mal-estar ou intrusão. Às seis semanas, o bebê olha para objectos que se movem directamente diante dele e começa a sorrir quando lhe falam. A cabeça continua a cambalear quando se mantém sentado.

Aos três meses, o bebê sorri ao ouvir a voz da sua mãe, emite sons que parecem o começo da fala e segue com a vista qualquer objecto que se mova. Mantém o equilíbrio da cabeça quando o amparam sentado e começa a agarrar os objectos que se lhe colocam nas mãos. Aos seis meses, senta-se com apoio e gira sobre si mesmo. A maioria dos bebês podem pôr-se de pé se contam com um apoio e são capazes de passar um objecto de uma mão à outra. O bebê balbucia aos brinquedos.

Aos nove meses, senta-se bem e gatinha, põe-se de pé sozinho e diz «mamã» e «papá» indistintamente. Aos doze meses, o bebê costuma ser capaz de andar agarrando-se à mão de alguém e pode dizer várias palavras.

O Primeiro Ano do Bebê: Etapas do Desenvolvimento

1 mês: Leva as mãos aos olhos e à boca; Mexe a cabeça de um lado para o outro quando está de barriga para baixo; Segue um objecto que se move em arco aproximadamente a 15 cm da sua cara até à linha média (em frente); Responde a um ruído de qualquer maneira, como por exemplo assustando-se, chorando ou ficando quieto e calado; Pode voltar-se para sons e vozes familiares; Fixa uma cara.

3 meses: Levanta a cabeça a 45° (inclusive a 90°) quando está de barriga para baixo.
Abre e fecha as mãos; Empurra os pés para baixo quando é colocado numa superfície plana; Balança-se em frente a brinquedos que se movem e toca-lhes: Segue um objecto que se move num arco sobre a sua cara de um lado para outro: Observa caras intensamente : Sorri ao ouvir a voz da mãe; Começa a emitir sons parecidos com a fala.

5 meses: Segura a cabeça sem balançar quando está em posição levantada: Volta-se, normalmente estando deitado de barriga para baixo, para se virar para cima: Estica-se para apanhar objectos: Reconhece pessoas à distância: Escuta atentamente as vozes humanas: Sorri espontaneamente: Grita de prazer.

7 meses: Senta-se sem apoio: Aguenta-se nas pernas quando é segurado em pé: Passa objectos de uma mão para a mão: Procura os objetos caídos: Responde ao seu nome: Responde quando se lhe diz «não»: Balbucia, combinando vogais e consoantes: Mexe-se com excitação antes de começar a brincar: Brinca a esconder-se e a aparecer de improviso.

9 meses: Esforça-se para apanhar um brinquedo que está fora do seu alcance: Opõe-se a que lhe tirem os brinquedos: Gatinha e arrasta-se sobre as mãos e os joelhos.
Tenta pôr-se em pé: Mantém-se em pé agarrado a alguém ou a alguma coisa: Diz «mamã» ou «papá» indiscriminadamente:

12 meses: Senta-se sozinho mesmo que esteja deitado de barriga para baixo: Caminha agarrado aos móveis; pode dar um ou dois passo sem apoio: Mantém-se de pé durante alguns momentos: Diz «papá» e «mamã» à pessoa indicada: Bebe pelo copo: Aplaude e diz adeus com a mão.

Controles Durante o Primeiro Ano

Os controles têm a finalidade de detectar as doenças com suficiente antecipação. O diagnóstico precoce e o tratamento a tempo podem reduzir ou prevenir doenças que podem interferir no desenvolvimento saudável do bebê.

Antes que o recém-nascido deixe o hospital, tiram-se-lhe amostras de sangue para realizar diferentes análises laboratoriais. Por exemplo, uma análise mede os níveis de hormona tiróidea no sangue, a qual é importante porque os baixos níveis podem ocasionar cretinismo, perturbação tiróidea crónica, caracterizada por um atraso no desenvolvimento físico e mental. Um recém-nascido com baixos níveis de hormônios da tireóide deve ser submetido a uma terapia substitutiva do dito hormônio por via oral entre os primeiros sete a dez dias de vida. Outra doença, chamada fenilcetonúria, também pode causar atraso mental se não for tratada.

Podem realizar-se outros controles. Por exemplo, os destinados a detectar doenças como a homocistinúria, a doença urinária «do xarope de ácer» a galactossemia e a drepanocitose. Às vezes, a escolha das análises baseia-se, em parte, nas características étenicas e genéticas dos pais. Em alguns países, o custo e as limitações técnicas restringem os exames sistemáticos.

Durante o primeiro ano de vida medem-se, em cada revisão médica, a longitude, o peso e a circunferência da cabeça. Da mesma maneira, o médico escuta o coração do bebê através de um estetoscópio; os sons anormais podem indicar uma afecção cardíaca. Também em cada visita se examina o abdómen do bebê, porque certos cancros raros, como o tumor de Wilms e o neuroblastoma, só podem detectar-se à medida que o bebê cresce. Exploram-se os ouvidos e a vista. Os bebês nascidos prematuros (gestação de menos de trinta e sete semanas) submetem-se a uma revisão regular para detectar uma retinopatia pela prematuridade, uma doença dos olhos.

Vacinações

As crianças devem ser imunizadas para protegê-las das doenças infecciosas. As vacinas são muito seguras e eficazes, embora excepcionalmente algumas crianças apresentem uma ligeira reacção perante elas. A maioria das vacinas injecta-se, embora algumas (como a da poliomielite) se administrem por via oral.

A primeira vacina que se administra a um bebê é a vacina contra a hepatite B, cuja primeira dose se aplica durante a primeira semana de vida, às vezes quando o bebê ainda está no hospital. Outras imunizações sistemáticas começam depois da sexta ou oitava semana, ou pouco depois, se o bebê está doente. No entanto, não é necessário atrasar a vacinação se tem um pouco de febre por causa de uma infecção ligeira, como uma constipação comum.

Muitas vacinas requerem mais de uma dose para proporcionar uma imunidade completa. A maioria dos médicos segue a planificação de imunização recomendada pelos organismos sanitários correspondentes.

No entanto, as idades recomendadas para as vacinações não devem ser seguidas de maneira rígida. Por exemplo, 2 meses podem significar de 6 a 10 semanas. Embora os pais devam vacinar as crianças segundo a dita planificação, alguns atrasos não interferem na imunidade que se alcança no final nem exigem o reinício da série de injecções desde o princípio. Algumas vacinas recomendam-se em circunstâncias especiais; a vacina contra a hepatite A, por exemplo, recomenda-se aos universitários ou às pessoas que viajam ao estrangeiro.

Numa única visita médica pode administrar-se mais de uma vacina, embora frequentemente se combinem várias delas numa só injecção; este é o caso, por exemplo, das vacinas contra a tosse convulsa, a difteria, o tétano e o Hemophilus influenzae tipo B. A combinação de vacinas reduz o número de injecções necessárias sem comprometer a segurança ou a eficácia das mesmas.

Esquema de Imunização para Bebês e Crianças

A imunização desempenha um papel importante na manutenção da saúde dos bebês e das crianças. Mostram-se as idades recomendadas sistematicamente para a imunização do bebê ou da criança com vacinas específicas. A idade recomendada para a imunização pode variar conforme as circunstâncias. Por exemplo, se mãe for portadora do antigénio de superfície da hepatite B no sangue, o médico provavelmente recomenda a imunização do bebê com a vacina da hepatite B nas 12 horas a seguir ao nascimento. No entanto, outros bebês podem receber a primeira dose da vacina contra a hepatite B com 1 ou 2 meses. Existe uma norma de idades aceitável para muitas vacinas e o médico da criança é quem faz as recomendações específicas. Com frequência utiliza-se uma combinação de vacinas, já que isso diminui o número de picadas que a criança terá de receber.