DOENÇAS
Récem-Nascidos e Lactantes: Estados Intersexuais

Um estado intersexual é aquele em que um bebê nasce com órgãos genitais que não são reconhecidos nem como masculinos nem como femininos (órgãos genitais ambíguos).

O bebê que nasce com órgãos genitais que não são absolutamente masculinos nem femininos pode ter órgãos reprodutivos internos (gônadas) normais ou anormais. Os hermafroditas verdadeiros têm tanto tecido ovárico como testicular e órgãos reprodutivos internos masculinos e femininos, mas é uma situação excepcional. As crianças com órgãos genitais ambíguos são geralmente pseudo-hermafroditas, ou seja, têm órgãos genitais externos ambíguos, mas só têm tecido ovárico ou testicular (e não ambos).

Uma mulher pseudo-hermafrotita é uma mulher geneticamente normal (com os seus dois cromossomas X), mas que nasce com órgãos genitais semelhantes a um pequeno pénis. No entanto, os órgãos reprodutivos internos são femininos. O pseudo-hermafroditismo feminino é causado pela exposição a altas concentrações de hormonas masculinas antes do nascimento. Regra geral, o feto apresenta glândulas supra-renais dilatadas (síndrome adrenogenital), que produzem um excesso de hormônios masculinos; ou então falta um enzima, motivo pelo qual as hormônios masculinos não podem transformar-se em femininos, como acontece normalmente. Nalguns casos, as hormônios masculinos entraram na placenta vindas do sangue da mãe, o que acontece, por exemplo, quando a mãe recebeu progesterona para evitar um aborto ou então teve um tumor produtor de hormônios masculinos.

Um rapaz pseudo-hermafrodita é um homem geneticamente normal (com um cromossoma X e um cromossoma Y), mas que nasce sem pénis ou com um muito pequeno. O seu corpo não consegue produzir hormônios masculinos suficientes ou oferece resistência aos hormônios que produz (síndrome de resistência aos androgênios).

É muito importante identificar-se correctamente o sexo do bebê e isso deve fazer-se imediatamente depois do nascimento. Se assim não for, o vínculo entre pais e bebê poderá ser mais díficil e a criança pode desenvolver um distúrbio de identidade genética. Passados alguns anos, geralmente perto da puberdade, pode realizar-se uma operação para corrigir a ambiguidade genital.