DOENÇAS
Perturbações na Nutrição: Administração de Nutrientes - Sonda e Endovenosa

Quando os nutrientes não podem ser administrados pela boca, podem ser dados através de um tubo (alimentação por sonda) inserido no aparelho digestivo (nutrição entérica) ou também por via endovenosa (nutrição parentérica). Estes métodos utilizam-se para alimentar os que não desejam ou não podem comer ou os que não podem digerir e absorver os nutrientes.

Alimentação por Sonda

A alimentação por sonda é usada em várias situações, como a convalescença de queimaduras e as doenças inflamatórias do intestino. Uma sonda de alimentação de plástico fino (uma sonda nasogástrica) é introduzida suavemente pelo nariz e através da garganta até atingir o estômago ou o intestino delgado. Embora a inserção desta sonda seja ligeiramente incômoda, uma vez colocada, não costuma incomodar excessivamente. Se a alimentação por sonda tiver de durar um longo período, esta pode ser colocada diretamente no estômago ou no intestino delgado através de uma pequena incisão na parede abdominal.

As soluções usadas na alimentação por sonda contêm todos os nutrientes necessários, incluindo as proteínas, hidratos de carbono, gorduras, vitaminas e oligoelementos. As gorduras fornecem de 2 % a 45 % do total das calorias.

Os problemas com a alimentação por sonda são pouco frequentes e raramente graves. Algumas pessoas têm diarreia e dores abdominais. O esófago pode irritar-se e inflamar-se por causa do tubo nasogástrico. A inalação (aspiração) de alimentos até aos pulmões é uma complicação muito pouco frequente mas grave, que pode ser prevenida elevando a cabeça da cama para que diminua a regurgitação e administrando a solução lentamente.

Alimentação Endovenosa

A alimentação endovenosa usa-se quando as pessoas não podem receber alimentação adequada através da sonda nasogástrica. Por exemplo, as pessoas que se encontram gravemente malnutridas e que precisam de se submeter a cirurgia, radioterapia ou quimioterapia, ou as que sofreram queimaduras graves ou paralisia do aparelho digestivo, ou as que têm diarreia ou vômitos persistentes, devem ser alimentadas por via endovenosa.

A alimentação endovenosa pode fornecer uma parte ou a totalidade das necessidades nutricionais de uma pessoa (nutrição parentérica total). As soluções disponíveis podem ser modificadas para quem sofre de doenças renais ou hepáticas. A nutrição parentérica total requer a inserção de um tubo endovenoso mais grosso (cateter) do que os usados normalmente para a administração de líquidos endovenosos. Como consequência, utiliza-se uma veia grande, como a subclávia, que está situada aproximadamente debaixo da clavícula.

As pessoas que recebem nutrição parentérica total são controladas de forma minuciosa para detectar mudanças no peso e na produção de urina, assim como a presença de sinais de infecção. Se os valores de glicose no sangue forem demasiado altos, pode-se acrescentar insulina à solução. A infecção é um risco permanente, porque o cateter geralmente fica implantado no local durante um longo período de tempo e as soluções alimentares que passam através dele têm um alto conteúdo em glicose, uma substância na qual as bactérias podem crescer com facilidade.

A nutrição parentérica total pode causar outras complicações. O fígado pode aumentar de tamanho caso se consumam demasiadas calorias, particularmente as que provêm de gorduras. O excesso de gordura nas veias pode causar dor de costas, febre, calafrios, náuseas e contagem baixa de plaquetas. Contudo, estes problemas aparecem em menos de 3 % das pessoas que recebem nutrição parentérica total. A nutrição parentérica total administrada a longo prazo pode causar dor óssea.