A osteocondrose é um grupo de doenças que afecta o centro de crescimento de um osso durante a infância, ocasionando crescimento anormal e deformidade óssea. A causa é desconhecida. Diferentes doenças afectam diferentes ossos. Na doença de Legg-Calvé-Perthes o osso afectado é o fémur; na de Osgood-Schlatter, a tíbia; na de Scheuermann, a coluna vertebral, e na doença óssea de Köhler, um dos ossos pequenos (osso navicular) do pé.
Doença de Legg-Calvé-Perthes
A doença de Legg-Calvé-Perthes consiste na destruição do centro de crescimento no colo do fémur.
Esta doença afecta uma em cada 1000 a 5000 crianças entre os 5 e os 10 anos, sendo mais frequente nos rapazes do que nas raparigas. Habitualmente afecta apenas uma anca. Deve-se ao escasso fornecimento de sangue ao colo do fémur, mas desconhece-se a razão do mesmo.
Os sintomas principais são: dor da anca e problemas ao caminhar. A sintomatologia é de início e progressão graduais. Diminui o movimento articular e os músculos da coxa podem atrofiar-se por falta de uso. Nas radiografias, a cabeça do fémur aparece esmagada no princípio para depois tomar uma aparência fragmentada.
O tratamento inclui repouso prolongado na cama, tracção, faixas de suporte, armações de gesso e talas flexíveis. Alguns especialistas recomendam cirurgia ortopédica para corrigir qualquer anomalia residual na anca.
Sem tratamento, a recuperação da perturbação pode levar de 2 a 3 anos. Aumenta-se o risco de sofrer de artrose da anca se persistir qualquer anomalia. Se a doença for bem tratada, o possibilidade de artrite diminui.
Doença de Osgood-Schlatter
A doença de Osgood-Schlatter é uma inflamação dos ossos e cartilagens na parte superior da tíbia.
Esta doença desenvolve-se entre os 10 e os 15 anos, com mais frequência nos rapazes. Considera-se que a causa é uma lesão que ocorre quando o tendão da rótula (tendão rotular) puxa com excesso sobre o seu ponto de inserção na parte superior da tíbia. Este ponto de inserção denomina-se nódulo tibial.
A doença, habitualmente, afecta apenas uma tíbia. Os sintomas principais são: dor e inflamação na parte superior da tíbia, onde se insere o tendão da rótula. A fragmentação desta área da tíbia pode ser percebida realizando radiografias do joelho.
O único tratamento exigido é aliviar a dor com analgésicos, abster-se de praticar desportos ou exercícios enérgicos, especialmente dobrar excessivamente o joelho. Os sintomas, habitualmente, desaparecem em semanas ou meses. Por vezes, deve-se imobilizar a perna com gesso. Em alguns casos, será necessário injectar hidrocortisona na zona afectada, extrair cirurgicamente os restos ósseos soltos e brocar o osso para conseguir a sua cura; também é possível realizar um enxerto ósseo.
Doença de Scheuermann
A doença de Scheuermann é relativamente frequente, e causa dor de costas e corcundas (cifose) por mudanças nas vértebras.
A doença inicia-se na adolescência e com mais frequência nos rapazes. A doença de Scheuermann provavelmente não é uma afecção isolada, mas um grupo de doenças semelhantes. Não se conhecem as causas.
Em geral, diagnosticam-se casos leves no decurso de avaliações sistemáticas de crianças em idade escolar a fim de encontrar defeitos da coluna vertebral. Os sintomas habitualmente incluem ombros arredondados dor lombar leve e persistente. A curva superior é maior que a normal. A doença pode continuar durante muito tempo, em geral por vários anos, mas frequentemente é leve. A coluna vertebral pode permanecer ligeiramente desalinhada depois de os sintomas terem desaparecido.
Os casos leves não progressivos podem ser tratados por meio da perda de peso, que reduz a tensão das costas, e evitando a actividade excessiva. De vez em quando, se a corcunda se acentuar, pode ser necessário utilizar um espartilho ou dormir numa cama rígida. Em algumas ocasiões exige-se cirurgia para corrigir o incorrecto alinhamento caso a doença avance.
Doença Óssea de Köhler
A doença óssea de Köhler é uma forma rara de inflamação de ossos e cartilagens (osteocondrite) que afecta um dos ossos pequenos (osso navicular) do pé.
A doença afecta as crianças, a maioria habitualmente rapazes entre os 3 e os 5 anos.
O pé inflama-se e dói, sobretudo pelo lado interno do arco. O peso sobre o pé e o caminhar aumentam a dor. A claudicação (coxeio) é frequente. A doença tende a durar vários meses, mas raramente mais de dois anos.
Tomar analgésicos e evitar o peso a mais aliviam os sintomas. Utilizar durante várias semanas uma armação de gesso por baixo do joelho permite caminhar e oferece um bom apoio sob o arco, o que pode ser muito útil durante as fases iniciais da doença.