O bloqueio cardíaco é um atraso na condução elétrica através do nódulo auriculoventricular, que se encontra entre as aurículas e os ventrículos.
O bloqueio cardíaco classifica-se em bloqueio de primeiro grau, de segundo grau e de terceiro grau, conforme o atraso da condução eléctrica até aos ventrículos for ligeiro, intermitente ou completo.
No bloqueio cardíaco de primeiro grau, cada impulso das aurículas alcança os ventrículos, mas sofre um atraso de uma fracção de segundo quando circula através do nódulo auriculoventricular. Este problema na condução é assintomático. O bloqueio cardíaco de primeiro grau é frequente entre os atletas bem treinados, nos adolescentes, nos adultos jovens e nas pessoas com uma atividade elevada do nervo vago. No entanto, a afecção manifesta-se também na febre reumática e no compromisso cardíaco da sarcoidose; a sua origem pode estar na administração de alguns fármacos. O diagnóstico baseia-se na observação do atraso na condução num electrocardiograma (ECG).
No bloqueio cardíaco de segundo grau, nem todos os impulsos chegam aos ventrículos. O referido bloqueio verifica-se quando o coração bate de forma lenta ou irregular. Algumas formas do bloqueio de segundo grau evoluem para o terceiro grau.
No bloqueio cardíaco de terceiro grau, os impulsos provenientes das aurículas e dirigidos para os ventrículos estão bloqueados por completo, e a frequência e o ritmo cardíacos encontram-se determinados pela atividade do nódulo auriculoventricular ou dos próprios ventrículos. Sem a estimulação do pacemaker cardíaco normal (nódulo sino-auricular), os ventrículos batem com muita lentidão: menos de 50 batimentos por minuto. O bloqueio cardíaco de terceiro grau é uma arritmia grave que afeta a capacidade de bombeamento do coração. O desmaio (síncope), as vertigens e a insuficiência cardíaca repentina são sintomas frequentes. Quando os ventrículos batem a uma frequência superior a 40 batimentos por minuto, os sintomas são menos graves, mas incluem cansaço, hipotensão arterial quando se está de pé e falta de ar. O nódulo auriculoventricular e os ventrículos, para além de serem lentos como substitutos do pacemaker natural, são também, frequentemente, irregulares e pouco eficazes.
Tratamento
O bloqueio de primeiro grau não requer tratamento, inclusive quando é causado por uma doença do coração. Alguns casos de bloqueio de segundo grau podem necessitar de um pacemaker artificial. O bloqueio de terceiro grau requer quase sempre um pacemaker artificial. Em caso de urgência pode utilizar-se um pacemaker temporário até poder ser implantado um em permanência. Habitualmente, as pessoas com este problema necessitam de um pacemaker artificial durante o resto da sua vida, embora os ritmos normais por vezes voltem depois de se ter recuperado da causa subjacente, como é o caso de um enfarte.