O glaucoma de ângulo fechado provoca ataques súbitos de aumento de pressão, em geral num só olho. Nas pessoas que sofrem desta doença, o espaço entre a córnea e a íris (por onde sai o líquido para fora do olho) é mais estreito do que o normal. Qualquer factor que provoque a dilatação da pupila (uma escassa iluminação, as gotas oftálmicas indicadas para dilatar a pupila antes de um exame ocular ou certos medicamentos orais ou injectados) pode fazer com que a íris bloqueie a drenagem do fluido. Quando tal acontece, a pressão intra-ocular aumenta de repente.
Sintomas
Uma crise de glaucoma de ângulo fechado agudo provoca sintomas súbitos. Pode provocar um ligeiro agravamento da visão, halos de cor à volta das luzes e dor no olho e na cabeça. Estes sintomas podem durar só algumas horas antes que haja um ataque mais grave. Este provoca uma perda rápida da visão e uma dor pulsátil no olho, aguda e repentina. As náuseas e os vómitos são comuns e podem fazer com que o médico pense que o problema reside no aparelho digestivo. A pálpebra incha e o olho fica lacrimoso e vermelho. A pupila dilata-se e não se contrai normalmente em resposta à luz intensa.
Apesar de a maioria dos sintomas desaparecer com uma medicação adequada, os ataques podem repetir-se. Cada ataque reduz cada vez mais o campo visual.
Tratamento
Várias medicações podem ser utilizadas para diminuir rapidamente a pressão ocular durante um ataque agudo de glaucoma de ângulo fechado; por exemplo, beber uma mistura, conforme prescrição, de glicerina e água pode reduzir a pressão elevada e deter um ataque. Tanto os inibidores da anidrase carbónica como a acetazolamida são igualmente úteis se forem tomados no início do ataque. As gotas de pilocarpina contraem a pupila, o que por sua vez distende a íris e, como consequência, os canais de saída são desbloqueados. As gotas betabloqueadoras também são utilizadas para controlar a pressão.
Depois de um ataque, o tratamento normalmente continua quer com gotas para os olhos, quer com várias doses de um inibidor da anidrase carbónica. Em casos graves, é administrado manitol endovenoso para reduzir a pressão.
A terapia com laser, cujo fim é criar um orifício na íris para favorecer a drenagem, ajuda a evitar ataques ulteriores e costuma curar a doença de forma permanente. Se a terapia com laser não resolver o problema, recorre-se à cirurgia para criar um orifício na íris. Se ambos os olhos apresentarem canais de saída estreitos, os dois podem ser tratados, mesmo quando os ataques apenas tenham afectado um deles.