DOENÇAS
Problemas na Infância: Perturbações Somáticas

As perturbações somáticas são um grupo de alterações em que algum problema psicológico subjacente produz sintomas de pena e incapacidade física.

Uma criança com uma perturbação somática pode apresentar diversos sintomas sem que exista qualquer causa orgânica, como dor, dificuldade respiratória e fraqueza. Em geral, apresenta sintomas de doenças que observou em qualquer membro da família. Habitualmente, a criança não tem consciência de que existe uma conexão entre os sintomas e o problema psicológico subjacente.

Os principais tipos de perturbações somáticas são: a perturbação de conversão, a perturbação de somatização e a hipocondria. Na perturbação de conversão, a criança transforma um problema psicológico num sintoma físico. Por exemplo, aparenta ter um braço ou uma perna paralisada, torna-se surda ou cega ou pode sofrer de falsos ataques epilépticos. A perturbação de somatização é semelhante à de conversão, mas a criança desenvolve muitos sintomas que são mais vagos. Na hipocondria, a criança fica obcecada com funções corporais como o batimento do coração, a digestão e o suor e convence-se de sofrer de alguma doença grave, quando realmente se encontra sã. Estes três tipos de perturbações somáticas também se produzem nos adultos.

A perturbação de conversão e a hipocondria são comuns a jovens de um e outro sexo, sendo mais frequentes nas raparigas. Também a perturbação de somatização afecta quase exclusivamente estas últimas.

Diagnóstico

Antes de determinar que uma criança sofre de uma perturbação somática, o médico assegura-se de que não tem nenhuma doença orgânica que possa apresentar os mesmos sintomas. Contudo, habitualmente evitam-se as análises laboratoriais extensas porque podem convencer ainda mais a criança de que existe um problema orgânico. Se não for detectada nenhuma doença, o médico fala com a criança e com a família para tentar identificar problemas psicológicos subjacentes ou relações familiares anormais.

Tratamento

Uma criança pode rejeitar a ideia de visitar um psicoterapeuta porque o tratamento ameaça desvendar conflitos psicológicos ocultos. Contudo, as visitas relativamente curtas a um terapeuta, que lhe dêem confiança e abranjam áreas não médicas, podem romper gradualmente o modelo de comportamento da criança. A confiança e o apoio dados pelos familiares contribuem para minimizar os sintomas físicos, pelos quais o criança recebe atenção médica e cuidados gerais de forma continuada. Se estas medidas falharem, o médico provavelmente terá de enviar a criança a um psiquiatra pediátrico.