A depressão é um sentimento de intensa tristeza, pode aparecer depois de uma perda recente ou de outro episódio afectivo, mas não mantém proporção com o mesmo e prolonga-se mais tempo que o esperado.
A depressão grave é relativamente rara nas crianças, mas é frequente nos adolescentes. Apesar disso, um certo grau de depressão pode tornar-se num problema nas crianças em idade escolar.
A depressão nas crianças e adolescentes pode derivar de episódios ou problemas como os seguintes:
Morte de um familiar.
A mudança de um amigo.
Dificuldade na adaptação escolar.
Dificuldade para fazer amigos.
Abuso de medicamentos ou de álcool.
Contudo, algumas crianças deprimem-se sem ter passado por experiências demasiado tristes. Em geral, os membros da família sofreram de depressão e diversos estudos constataram que esta tende a ocorrer em vários membros de uma mesma família.
Sintomas e Diagnóstico
Os sintomas de depressão nas crianças relacionam-se com os sentimentos de tristeza incontrolável e de inutilidade. Tal como os adultos, as crianças depressivas podem ter pensamentos suicidas. O médico habitualmente pode diagnosticar a depressão a partir dos sintomas. Contudo, a depressão por vezes encontra-se mascarada por sintomas aparentemente contraditórios, como a hiperactividade e um comportamento anti-social agressivo.
Tratamento
O médico tenta averiguar se as tensões familiares ou sociais podem ter precipitado a depressão e também indaga se a causa pode ser uma perturbação orgânica.
O médico pode receitar antidepressivos, que actuam corrigindo as irregularidades químicas do cérebro. (Ver secção 7, capítulo 84) Contudo, realizaram-se poucos estudos para provar a eficácia dos antidepressivos nas crianças. Os medicamentos indicados com mais frequência são os inibidores selectivos de serotina, como a fluoxetina, a sertralina e a paroxetina. Outro grupo de antidepressivos são tricíclicos, como a imipramina, que têm efeitos adversos significativos e, portanto, devem ser usados com extrema precaução nas crianças. Para encontrar a dose óptima de um medicamento antidepressivo, o médico deve estar atento para detectar qualquer melhoria na saúde mental ou vigiar cuidadosamente o aparecimento de efeitos secundários.
O tratamento da depressão nas crianças e adolescentes exige algo mais que a terapia com medicamentos. A psicoterapia individual, a terapia de grupo e a terapia familiar podem ser benéficas. Aos membros da família e ao pessoal da escola pede-se-lhes que contribuam para fazer diminuir o stress da criança e que façam todo o possível por lhe aumentar a auto-estima. Durante uma crise, a fim de evitar uma tentativa de suicídio, pode ser necessária uma hospitalização breve.
Sintomas da depressão:
Expressão triste.
Apatia.
Afastamento de amigos e de situações sociais.
Capacidade de prazer reduzida.
Sentimento de ser rejeitado ou não querido.
Problemas para dormir.
Dores de cabeça.
Dor abdominal.
Episódios de fazer de palhaço ou de tonto.
Persistente sentimento de auto-inculpação.
Falta de apetite.
Perda de peso.
Desalento.
Pensamentos de suicídio.