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Câncer na Infância: Retinoblastoma

Um retinoblastoma é um câncer da retina, a área sensível à luz localizada na parte posterior do olho.

Os retinoblastomas representam aproximadamente 2 % dos câncers infantis. Aproximadamente 10 % das crianças com retinoblastomas têm parentes com este tipo de câncer e herdam o gene dos seus pais. Outros 20 % ou 30 % de crianças têm câncer em ambos os olhos, o que indica que adquiriram o gene como nova mutação. Um total combinado de aproximadamente 30 % ou 40 % de crianças com retinoblastoma tem o gene do retinoblastoma e pode contagiar os seus próprios filhos.

Sintomas e Diagnóstico

Os sintomas de um retinoblastoma podem incluir a pupila branca ou estrabismo (olhos cruzados). No entanto, são mais frequentes outras causas de pupila branca ou de estrabismo. Os retinoblastomas têm tendência para produzir outros sintomas. Se o médico suspeitar da presença de um retinoblastoma, examinam-se ambos os olhos sob anestesia geral. Este tipo de anestesia é necessário porque as crianças pequenas não podem colaborar no exame cuidadoso e prolongado que se requer para diagnosticar um retinoblastoma. O câncer também pode ser detectado com uma tomografia axial computadorizada (TAC).

É analisada, por um lado, uma amostra de líquido cefalorraquidiano para detectar células cancerígenas, visto que os retinoblastomas podem estender-se ao cérebro através do nervo óptico (o nervo que vai do olho ao cérebro), e, por outro, uma amostra de medula óssea, pois o tumor pode estender-se à mesma.

Prognóstico e Tratamento

Os retinoblastomas que se localizam no olho curam-se em mais de 90 % dos casos. Quando o câncer afecta só um olho, extrai-se todo o olho, juntamente com parte do nervo óptico. Quando o câncer afecta ambos os olhos, utilizam-se técnicas microcirúrgicas especiais para extrair ou destruir o tumor, a fim de não ter de extrair ambos os olhos. Alternativamente, pode-se extrair um olho e usar outras técnicas, como radioterapia e microcirurgia, para controlar o tumor do outro olho. Podem ser administrados fármacos anticancerosos (quimioterapia), sobretudo se a extensão do tumor exceder o olho. Os olhos voltam a ser examinados de 2 em 2 ou de 4 em 4 meses. A quimioterapia pode ser repetida se o câncer for recorrente.

As crianças com o tipo de retinoblastoma hereditário correm um alto risco de sofrer de câncer recorrente. Além disso, 70 % dos pacientes com retinoblastoma hereditário desenvolvem um segundo câncer nos 30 anos posteriores ao diagnóstico. O médico pode recomendar que os familiares directos de qualquer criança com retinoblastoma se submetam ao exame de, pelo menos, um olho. Outras crianças pequenas da família devem ser examinadas para detectar retinoblastomas e os adultos devem ser submetidos a revisão para detectar retinocitomas, tumor não canceroso originado pelo mesmo gene.Os membros de uma família sem sinal de câncer podem ser submetidos a uma análise de ADN para ver se são portadores do gene do retinoblastoma.