A epiglotite (por vezes chamada supraglotite) é uma infecção grave da epiglote, que pode evoluir muito rapidamente, obstruir a respiração e provocar a morte.
A epiglote é a estrutura que fecha a entrada da caixa de voz (laringe) e a traqueia durante a acção de engolir. Uma infecção da epiglote é quase sempre provocada pela bactéria Hemophilus influenzae tipo b. Muito raramente as bactérias estreptococos são as responsáveis, sobretudo nas crianças mais velhas e nos adultos. A epiglotite é muito frequente em crianças de 2 a 5 anos. É rara em crianças com menos de 2 anos, mas pode afectar pessoas de qualquer idade, incluindo os adultos.
A infecção começa normalmente no aparelho respiratório superior como uma inflamação do nariz e da garganta. Depois baixa para a epiglote. Muitas vezes, esta infecção é acompanhada da presença de bactérias no sangue (bacteriemia).
Sintomas
A epiglotite pode chegar a ser mortal em muito pouco tempo, porque a inflamação do tecido infectado pode bloquear o aparelho respiratório e cortar a respiração.
A infecção costuma começar de repente e progride rapidamente. Uma criança previamente sã começa a ter a garganta irritada, rouquidão e, muitas vezes, febre alta. É muito frequente a dificuldade em engolir e respirar. A criança normalmente baba-se, respira rapidamente e arqueja enquanto respira. A dificuldade em respirar normalmente induz a criança a inclinar-se para a frente ao mesmo tempo que estica o pescoço para trás para aumentar a quantidade de ar que chega aos pulmões. Este aumento de trabalho para respirar pode provocar uma acumulação de anidrido carbónico e uma diminuição dos valores de oxigénio no sangue. A epiglote inflamada dificulta a eliminação das mucosidades com a tosse. Todos estes factores podem levar à morte em questão de horas.
A epiglotite pode ser acompanhada de pneumonia. A infecção por vezes pode também propagar-se às articulações, à membrana que reveste o cérebro, ao saco que rodeia o coração ou ao tecido que se encontra sob a pele.
Diagnóstico e Tratamento
A epiglotite é uma urgência e as crianças devem ser hospitalizadas de imediato quando o médico suspeitar que se trata desta doença.
O diagnóstico faz-se examinando a epiglotite com um laringoscópio. No entanto, este procedimento pode provocar uma obstrução do aparelho respiratório e isto pode causar uma morte súbita. Por conseguinte, este exame costuma ser feito por um especialista, de preferência num quirófano e com a criança sob anestesia geral. Se a obstrução ocorrer, o médico volta a abrir a via respiratória imediatamente, inserindo um tubo rígido (tubo endotraqueal) na mesma ou então abrindo um orifício na parte anterior do pescoço (traqueostomia).
O médico recolhe amostras de secreções da via respiratória superior e do sangue e envia-as ao laboratório para a sua cultura. No entanto, o tratamento com antibióticos começa antes de ter os resultados da cultura.
Prevenção
Existe uma vacina contra o Hemophilus influenzae tipo b. Por conseguinte, na actualidade é possível prevenir a epiglotite imunizando os bebés. Felizmente, em muitos países a epiglotite está a converter-se numa doença rara graças à imunização sistemática. A primeira de uma série de imunizações contra o Hemophilus influenzae tipo b aplica-se geralmente aos 2 meses de idade.